A alegria representa algo que todos
buscam e que em nome da qual, muitos fazem sacrifícios e assumem grandes
compromissos. Mas o que vem a ser a alegria? Qual a perspectiva bíblica sobre
esta palavra e esta realidade? Será que podemos realmente encontrar a
verdadeira alegria?
A definição de alegria é: “qualidade
ou estado de quem tem prazer de viver, de quem denota jovialidade;
contentamento, satisfação” (Dicionário Aurélio). Na Bíblia, alegria é
repetidamente demonstrada ser o resultado natural da comunhão com Deus (Sl
16.8-11); Ela é a resposta adequada do crente para as "boas novas de
grande alegria" que constituem o evangelho (Lc 2:10). Nos quatro
evangelhos, especialmente em Lucas, este elemento é visível. É visto nos cânticos
de Lc 1 e 2.
É também exemplificada na vida e
caráter, e estabelecida no ensino de Jesus. Há muitos indícios de que, apesar
dos elementos profundos de dor e tragédia em sua vida, seu comportamento
habitual era jubiloso e alegre, certamente não sombrio ou ascético. Sua
"alegria no Espírito Santo" (Lc 10: 21); Seu ensino com referência
aos Seus seguidores se harmoniza com isso. As virtudes cristãs conferem àqueles
que alcançá-las não apenas bem-aventurança, um estado calmo e composto de
felicidade (Mt 5:3-11), mas também um estado mais exuberante de alegria, que
está em nítido contraste com o "rosto triste" dos hipócritas (Mat_6:
16) ("Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus",
Mt 5:12).
Este espírito é refletido em muitas
parábolas. A descoberta do verdadeiro tesouro da vida traz alegria (Mt 13:44).
As três parábolas em Lc 15, revelam a alegria do coração divino diante do arrependimento
dos pecadores (ver especialmente Lc 15:5-7, 15:9, 15:10, 15:22-24, 15:32). A
parábola dos talentos ressalta a "alegria do Senhor", que é a
recompensa da fidelidade (Mt 25:21, Mt 25:23). Jesus confere a seus seguidores
não só a paz (Jo 14:27; Jo 16:33), mas a participação em sua própria plenitude
de alegria (Jo 15:11; Jo 16:24; Jo 17:13), uma alegria que é permanente, em
contraste com a tristeza que é transitória (Jo 16:22).
Nos dias sombrios de decepção que
sucedeu a crucificação, a alegria dos discípulos passou sob uma nuvem, mas na
ressurreição (Lc 24:41) e ainda mais no dia de Pentecostes, verificou-se em
luz, e depois continuou a ser uma característica marcante da igreja primitiva
(At 2:46; At8:39; At 13:52; At 15:3).
Paulo fala da alegria como um dos
frutos do espírito (Gl 5:22) e da "alegria no Espírito Santo" como
uma marca essencial do Reino de Deus (Rm 14:17). Esta alegria é associada com a
fé (Fp 1:25), esperança (Rm 5:2; Rm 12:12), a comunhão fraterna e simpatia (Rm 12:15;
2Co 7:13; Fp 2:1). Se alegrar no Senhor é imposto como um dever cristão (Fp 3:1;
Fp 4:4). Em Cristo, o cristão "se alegra com alegria indizível e cheia de
glória" (1 Pe 1:8), apesar de suas aflições temporárias (1Pe 1:6). A
alegria cristã não é mera alegria que não conhece tristeza, mas é o resultado
do triunfo da fé sobre as circunstâncias adversas e difíceis, que, em vez de impedir
que ela aconteça, na verdade, fazem com que ela seja realçada (At 5:41; Rm 5:3;
Tg 1:2, 12; 5: 11; 1Pe 4:13).
A alegria é uma realidade na vida do
cristão, apesar de conviver muitas vezes com a adversidade e a tristeza. Ela
não é baseada nas circunstâncias desta vida, mas na relação que temos com Deus,
que nos criou e nos salvou e nos dará um dia a coroa da glória. Portanto,
diante das lutas deste mundo somos confortados pelo Espírito Santo enviado por
Cristo justamente para isso e temos a certeza de que estamos caminhando
juntamente com Cristo, pois ele mesmo suportou sofrimentos muito maiores por
amor a nós.
Que Deus nos abençoe.
Pr. Beny Vieira dos Santos (Com base
em artigo da International Standard Bible Encyclopedia)
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