1-
Homilética.
Definição de Homilética: Homilética é a arte
de pregar.
Propósito da Homilética: A homilética não tem
por fim comunicar dons oratórios ao estudante, mas aperfeiçoar os dons que ele
já possui.
Necessidade da Homilética: O sermão que mais
seguramente poderá contar com a bênção de Deus é aquele que mais trabalho
houver custado ao pregador.
2-
Requisitos Essenciais do Sermão:
2.1- Ponto: é o assunto do sermão.
2.2-
Unidade: consiste na relação das partes com o ponto. A unidade se consegue
mediante a subordinação das ideias secundárias a uma ideia geral.
2.3- Ordem: consiste na relação das partes
entre si.
2.4- Movimento: é o que comunica ao discurso
vivacidade, entusiasmo e beleza.
2.5- Fidelidade Textual: a missão do pregador
é pregar a Palavra de Deus e não deve se desviar dela.
2.6- Elemento Didático: o pregador tem sempre
a obrigação de ensinar.
2.7- Tom
Evangélico (unção): É o que diferencia o sermão de qualquer outro discurso,
estabelecendo nítida distinção entre a eloquência sagrada da secular. Como
determinar se o pregador tem ou não unção: a personalidade do pregador, isto é,
a sua vida espiritual; o propósito que tem em vista, que deve ser a conversão
dos incrédulos e a edificação dos crentes e o assunto de que trata.
3- O Texto
3.1- Por que o sermão necessita de um texto?
a) porque é missão do pregador pregar a
Palavra de Deus.
b) Porque é a Bíblia que dá autoridade para
falar aos homens.
c) Porque não é o sermão que determina o
texto e sim o texto que determina o sermão.
3.2- Preceitos para a escolha de um texto:
1- Deve ser texto da Bíblia.
2- Deve ser a Palavra de Deus. Isto exclui
textos bíblicos que não expressam o caráter, a vontade ou o pensamento de Deus,
visto que na Bíblia, também se encontra a palavra do homem e mesmo a de
satanás.
3- Deve ser usado com o sentido que tem nas
Escrituras.
4- Deve ser um texto de sentido claro.
5- Deve ser livre de qualquer inconveniente.
4-
Classificação dos sermões.
Há
dois critérios para a classificação dos sermões: Pela extensão do texto
escolhido e pelo assunto de que trata o texto.
1- Pela
extensão do texto, os sermões se dividem em tópico (texto breve) e expositivo
(texto longo). O sermão tópico deriva do texto somente o assunto Ex. Gálatas
6.14: assunto: A glória do cristão. O sermão expositivo extrai a estrutura e o
conteúdo diretamente do texto a ser pregado. As Escrituras são a fonte básica
para os dois.
2- Pelo
assunto de que trata, o sermão pode ser:
2.1-
Doutrinário (Didático, apologético e polêmico).
2.2- Prático
(Deveres).
2.3-
Histórico (Fatos, biografias, milagres, parábolas).
5- Partes constitutivas do sermão
1- Exórdio
(introdução).
2- Exposição
(explicação, narração).
3- Proposição
(tema).
4- Argumentação
(demonstração, divisões).
5- Conclusão
(peroração).
Estudando
cada parte do sermão
1- O Exórdio. O objetivo
do exórdio é despertar atenção, interesse e simpatia.
Quanto à matéria o exórdio deve ser
pertinente ao assunto do sermão, deve ter uma só ideia dominante, deve ser
despretensioso e deve ser breve.
Quanto à forma o exórdio deve ser
composto cuidadosamente, deve evitar referência à própria pessoa, deve ser
modesto, deve ser proferido com calma.
O exórdio é composto mediante:
a)
Generalização. Consiste este método em generalizar a ideia particular contida
na passagem bíblica escolhida para o sermão.
b) Oposição.
Consiste em usar um exemplo contrário ao que será exposto no sermão.
c) Ilustração.
Consiste do emprego de ilustração derivada de fatos noticiados em jornais ou
que sejam do nosso conhecimento.
Os mestres
recomendam que se deixe para o fim a elaboração do exórdio, porque assim pode
evitar-se o erro de introduzir nesta parte do discurso alguma ideia fundamental
do assunto.
2- Explicação: É o ponto
inicial do sermão e tem por objetivo retirar do texto o assunto de que o
pregador vai tratar. A explicação demonstra que o sermão se fundamenta na
Palavra de Deus.
É neste
momento que se faz a explicação de termos obscuros, a exposição das
circunstâncias em que foi escrito o texto e a narração do fato referido no
texto, para que fique mais claro para todos o que está por trás do texto.
Deve-se
evitar: ser muito extenso, muito erudito e muito literário. O final da
explicação deve culminar no tema do sermão.
3- Tema ou proposição: É o ponto
central do sermão e que dá unidade ao todo. O êxito do sermão depende da arte
de bem colocar o assunto. Por isso o tema deve ser colocado da maneira mais
favorável ao orador e mais aceitável ao auditório.
4- Argumentação ou divisões: A
argumentação constitui o corpo do sermão, é o momento em que se desenvolve o
assunto que está sendo pregado.
Preceitos
quanto à matéria:
a) Deve ser
forte no elemento bíblico. Os textos devem ser bem escolhidos porque a
qualidade vale mais que a quantidade.
b) Deve ser
breve. A ampliação excessiva prejudica o entendimento daquilo que o pregador
procura demonstrar.
c) Deve ser
apresentado em último lugar o argumento mais forte.
Quanto à
forma as divisões devem ser demonstrativas. Tratando de todos os aspectos
referentes ao sermão.
Preceitos
quanto à forma dos argumentos: Devem ser em número reduzido, (mínimo 2, máximo
5, ideal 3).
Devem ser
distintos.
Devem ser
germinantes.
Devem ser
completos.
5- Conclusão
É
a parte em que o pregador deixa patente o propósito de seu sermão, e em que
procura levar o auditório a uma decisão, isto é, aceitar ou praticar a verdade
exposta ou demonstrada em sua prédica.
A conclusão
é composta de:
a- Recapitulação:
O pregador reúne os argumentos para chegar a uma conclusão.
b- Aplicação: A
todo o auditório ou a um dos grupos em que ele pode dividir-se.
c- Demonstração
das consequências de rejeitar a verdade ou doutrina exposta pelo pregador.
A conclusão
deve ser a parte mais animada do sermão. Nela o pregador procura mover a
vontade dos ouvintes, no sentido da aceitação da verdade que acaba de lhes ser
demonstrada.
6- Ilustrações
As
ilustrações são usadas no sermão com o propósito de:
a- Esclarecer o
assunto de que se trata;
b- Dar realce à
ideia que está sendo exposta;
c- Auxiliar a
memória tanto do pregador como a dos ouvintes;
d- Atualizar a
verdade e aplicá-la mediante sua relação com a experiência dos ouvintes.
Fontes de
Ilustrações: a- Bíblia; b- Natureza; c- História; d- Sociedade; e- Experiência.
7- Elocução
Esta parte
da retórica estuda os preceitos para o bem proferir o sermão previamente
composto. A elocução compreende o estudo dos seguintes elementos: estilo, voz e
gestos.
1- Qualidades
do estilo:
1.1-
Correção- Consiste no uso da linguagem de acordo com os preceitos gramaticais;
1.2-
Precisão- Consiste na exata correspondência entre os termos e as ideias.
1.3-
Clareza- Linguagem facilmente compreensível;
1.4-
Simplicidade- Linguagem comum.
1.5-
Harmonia- Efeito musical da linguagem.
2-
Qualidades da voz: Audibilidade, entonação e expressão.
3-
Qualidades dos gestos: A gesticulação compreende: Posição, movimento, expressão
fisionômica e uso dos olhos.
Bibliografia:
Herculano
Gouvêa Jr., Lições de Retórica Sagrada, Campinas:
Editora Maranata, p. 13-41.
Estudo ministrado na IPB Rolândia em março de 2015
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