A Revista Época do dia 9 de agosto
de 2010 publicou uma matéria com este título. Nesta reportagem a revista
apresenta um movimento que acontece dentro do ambiente evangélico brasileiro, o
qual é caracterizado por uma atitude mais aberta de combate ao fenômeno
neopentecostal. Hoje o número de evangélicos já chega à casa dos 46 milhões,
mas este número não é motivo só de comemoração, pois a igreja evangélica vive
um momento de crise de identidade. “Dentro do próprio meio, levantam-se vozes
críticas a esse crescimento. Segundo elas, esse modelo de igreja que prospera em
meio a acusações de evasão de divisas, tráfico de armas e formação de quadrilha,
tem sido mais influenciado pela sociedade de consumo que pelos ensinamentos da
Bíblia.” (Revista Época, 9/8/2010, p.86)
O neopentecostalismo é considerado a
terceira onda protestante no mundo, vindo depois das igrejas históricas e das
pentecostais. A característica principal do movimento é a chamada “teologia da
prosperidade”, a qual afirma basicamente que o cristão deve ser por natureza
próspero neste mundo em todos os sentidos, não admitindo situações como
doenças, pobreza e provações como compatíveis à nova vida do cristão. Representam
este modelo as Igrejas: Universal do Reino de Deus, Internacional da Graça,
Renascer em Cristo, Mundial do Poder de Deus e outras.
Durante muito tempo, as outras
denominações trataram o assunto do neopentecostalismo de modo interno, mas
agora tem crescido a manifestação mais aberta de negação ao que é pregado e vivido
dentro destas igrejas, que usam a televisão e os meios de comunicação para
divulgar somente as bênçãos ocorridas, sem trazer aquele evangelho de
simplicidade e mudança de vida que Cristo anunciou.
A grande bênção que a revista mostra,
é que aqueles que estão assumindo um retorno ao cristianismo primitivo, estão
em franco crescimento, pois as pessoas estão já cansadas de tanto
sensacionalismo e de tantas acusações que surgem todos os dias contra os
líderes de verdadeiros impérios, que são estas novas igrejas. “Parece que a
sociedade se fartou de tanto escândalo e passou a dar ouvidos a quem já
levantava estas questões a tempos”
O rev. Ricardo Agreste, afirmou:
“Não é mais uma questão de pensar de formas diferentes a espiritualidade cristã,
trata-se de entender que há gente usando vocabulário e elementos de prática
cristã para ganhar dinheiro e manipular pessoas.” (Época, p. 89)
Um momento com esse em que vivemos
nos leva a repensar e reavaliar a forma que temos assumido. Olhamos para a
Palavra de Deus e percebemos que somos criados para sermos a luz do mundo e o
sal da terra (Mt 5.13-16), somos enviados por todo mundo para pregarmos o
Evangelho, para fazermos discípulos de Cristo, para ensinarmos todas as coisas
que Cristo nos ensinou (Mt 28.18-20), somos enviados como ovelhas para o meio
de lobos (Mt 10.16). Ouvimos de Jesus que não somos deste mundo e que no mundo
teremos aflição (Jo 17.16 e 16.33). Também ouvimos de Paulo que a nossa pátria
está no céu, não neste mundo (Fp 3.20), por isso não há porque a igreja querer
assumir um poder temporal que nem mesmo Jesus, o filho de Deus quis para Si.
Somos chamados a ser verdadeira
igreja de Cristo, sujeita a erros, sim, mas disposta a se voltar sempre para a
Palavra de Deus e assim ajustar nossa conduta à eterna vontade de Deus. Somos
desafiados a nos levantar e proclamar em alto e bom som o evangelho da graça,
da simplicidade e do único Senhor e Salvador: Cristo Jesus.
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