Jesus, o Bom Pastor
Após o evento do milagre feito ao cego e todos os seus desdobramentos,
Jesus continua a falar com os seus discípulos e com os judeus. Jesus pronuncia
o magnífico discurso no qual se apresenta como o Bom Pastor, explicando a
diferença entre ele e os líderes judeus, ou os mercenários. Ainda surge nova
polêmica se ele era ou não o Messias.
1- Jesus, o Bom Pastor
(1-21). Neste
discurso Jesus usa o recurso da alegoria, que partilha da natureza de uma
metáfora, isto é, uma comparação implícita. A figura é de um pastor oriental
que de manhã vai ao aprisco em que suas ovelhas são mantidas. O porteiro lhe
abre, e o porteiro lhe abre, e o pastor retira suas próprias ovelhas,
chamando-as pelos nomes. Mais tarde, o mesmo pastor guia suas ovelhas às
pastagens e, mediante o seu chamado lhes assegura sua presença constante. Ao
cair da noite, o pastor retorna com seu rebanho e o protege contra os lobos. Ele está disposto a arriscar sua vida para
salvar suas ovelhas. Neste discurso há três figuras principais:
a- O Amigo das Ovelhas: o Bom Pastor. Quando Jesus se denomina o Bom
Pastor, ele afirma o seu caráter maravilhoso, excelente. Esse pastor
corresponde a um ideal tanto em caráter como em sua obra. E ele é o único de
sua categoria. Jesus é o modelo a ser seguido, mas certamente nunca será
plenamente alcançado, pois todos os outros pastores são humanos e pecadores,
portanto imperfeitos. Somente ele pode dar efetivamente vida às suas ovelhas.
b- Os inimigos das ovelhas: Eles são ladrões e salteadores porque não donos das
ovelhas e querem roubá-las de seu legítimo dono; eles são estranhos, porque não
conhecem as ovelhas e nem são conhecidos delas; e são mercenários, porque,
diferente do bom pastor, eles não amam as ovelhas. Jesus usa esses símbolos,
para se referir aos fariseus e líderes judeus e de modo indireto a muitos
líderes religiosos de todos os tempos.
c- As ovelhas. São aqueles que ouvem a voz do pastor, porém não dão
atenção à voz de estranhos (3-5); Seguem o pastor, porém fogem dos estranhos
(4,5); Entram pela porta (verdadeira fé em Jesus e sua justiça), são salvas
encontram pastagem e obtêm vida em abundância (v. 9,11); Não pertencem ao mesmo
aprisco, porém se tornarão um só rebanho com um só pastor, Jesus (v. 16).
O texto mostra que diante das palavras de Cristo, houve divisão entre
os judeus. Uns o acusando de estar endemoninhado e outros reconhecendo a
validade de suas palavras.
2- Nova Polêmica sobre a
Identidade de Cristo (v. 22-42). Há um intervalo de tempo e Jesus aparece durante a
Festa da Dedicação, uma importante festa judaica que celebrava a reedificação
do templo, no tempo dos macabeus (165 a.C.). Ali no templo, os judeus exigiram,
que se de fato ele fosse o Cristo, lhes dissesse claramente. Jesus, em
resposta, aponta para as declarações anteriores (que indicavam a sua
messianidade espiritual) e para seus milagres, vistos como seus sinais. Ele
declara que a razão da descrença deles era o fato de que não eram ovelhas. Se
eles fossem ovelhas que pertencessem ao Pastor, teriam dado ouvido às suas palavras,
o teriam obedecido e teriam obtido a vida eterna. Ovelhas jamais se perdem para
sempre. Sendo muito preciosas para o Pai e para o Filho, ninguém pode roubá-las
das mãos do Pai ou do Filho. Jesus afirma sua perfeita igualdade com o Pai.
Os
judeus se sentem ofendidos e começam a buscar pedras para atirar em Jesus, pois
para eles, Ele blasfemava. Com base no Salmo 82.6, Jesus argumenta que se
juízes terrenos são chamados deuses porque representam a justiça divina, ele,
que viera do céu e fora consagrado pelo Pai para a obra messiânica, não teria direito
a essa designação? Que eles façam um estudo acurado das obras de Jesus a fim de
que possam aceitá-lo pela fé. Agora os judeus, querem prendê-lo mais uma vez.
Mas, novamente ele se retira de Jerusalém e vai para além do Jordão. Mais
pessoas veem a sua obra e creem nele (v.40-42). (Estudo baseado em: Hendriksen,
William. João, ECC, p. 445-489).
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