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JOÃO 10

Jesus, o Bom Pastor
Após o evento do milagre feito ao cego e todos os seus desdobramentos, Jesus continua a falar com os seus discípulos e com os judeus. Jesus pronuncia o magnífico discurso no qual se apresenta como o Bom Pastor, explicando a diferença entre ele e os líderes judeus, ou os mercenários. Ainda surge nova polêmica se ele era ou não o Messias.
1- Jesus, o Bom Pastor (1-21). Neste discurso Jesus usa o recurso da alegoria, que partilha da natureza de uma metáfora, isto é, uma comparação implícita. A figura é de um pastor oriental que de manhã vai ao aprisco em que suas ovelhas são mantidas. O porteiro lhe abre, e o porteiro lhe abre, e o pastor retira suas próprias ovelhas, chamando-as pelos nomes. Mais tarde, o mesmo pastor guia suas ovelhas às pastagens e, mediante o seu chamado lhes assegura sua presença constante. Ao cair da noite, o pastor retorna com seu rebanho e o protege contra os lobos.  Ele está disposto a arriscar sua vida para salvar suas ovelhas. Neste discurso há três figuras principais:
a- O Amigo das Ovelhas: o Bom Pastor. Quando Jesus se denomina o Bom Pastor, ele afirma o seu caráter maravilhoso, excelente. Esse pastor corresponde a um ideal tanto em caráter como em sua obra. E ele é o único de sua categoria. Jesus é o modelo a ser seguido, mas certamente nunca será plenamente alcançado, pois todos os outros pastores são humanos e pecadores, portanto imperfeitos. Somente ele pode dar efetivamente vida às suas ovelhas. b- Os inimigos das ovelhas: Eles são ladrões e salteadores porque não donos das ovelhas e querem roubá-las de seu legítimo dono; eles são estranhos, porque não conhecem as ovelhas e nem são conhecidos delas; e são mercenários, porque, diferente do bom pastor, eles não amam as ovelhas. Jesus usa esses símbolos, para se referir aos fariseus e líderes judeus e de modo indireto a muitos líderes religiosos de todos os tempos.
c- As ovelhas. São aqueles que ouvem a voz do pastor, porém não dão atenção à voz de estranhos (3-5); Seguem o pastor, porém fogem dos estranhos (4,5); Entram pela porta (verdadeira fé em Jesus e sua justiça), são salvas encontram pastagem e obtêm vida em abundância (v. 9,11); Não pertencem ao mesmo aprisco, porém se tornarão um só rebanho com um só pastor, Jesus (v. 16).
O texto mostra que diante das palavras de Cristo, houve divisão entre os judeus. Uns o acusando de estar endemoninhado e outros reconhecendo a validade de suas palavras.
2- Nova Polêmica sobre a Identidade de Cristo (v. 22-42). Há um intervalo de tempo e Jesus aparece durante a Festa da Dedicação, uma importante festa judaica que celebrava a reedificação do templo, no tempo dos macabeus (165 a.C.). Ali no templo, os judeus exigiram, que se de fato ele fosse o Cristo, lhes dissesse claramente. Jesus, em resposta, aponta para as declarações anteriores (que indicavam a sua messianidade espiritual) e para seus milagres, vistos como seus sinais. Ele declara que a razão da descrença deles era o fato de que não eram ovelhas. Se eles fossem ovelhas que pertencessem ao Pastor, teriam dado ouvido às suas palavras, o teriam obedecido e teriam obtido a vida eterna. Ovelhas jamais se perdem para sempre. Sendo muito preciosas para o Pai e para o Filho, ninguém pode roubá-las das mãos do Pai ou do Filho. Jesus afirma sua perfeita igualdade com o Pai.
Os judeus se sentem ofendidos e começam a buscar pedras para atirar em Jesus, pois para eles, Ele blasfemava. Com base no Salmo 82.6, Jesus argumenta que se juízes terrenos são chamados deuses porque representam a justiça divina, ele, que viera do céu e fora consagrado pelo Pai para a obra messiânica, não teria direito a essa designação? Que eles façam um estudo acurado das obras de Jesus a fim de que possam aceitá-lo pela fé. Agora os judeus, querem prendê-lo mais uma vez. Mas, novamente ele se retira de Jerusalém e vai para além do Jordão. Mais pessoas veem a sua obra e creem nele (v.40-42). (Estudo baseado em: Hendriksen, William. João, ECC, p. 445-489). 

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