Pular para o conteúdo principal

JOÃO 18

A Prisão e o Julgamento de Jesus
1- A Prisão (v. 1-11). Terminada a oração sacerdotal, Jesus vai para o Getsêmani. João omite o sofrimento e a angústia de Jesus de modo proposital. Ele mostra que, a despeito de todo o seu sofrimento, Jesus não é uma vítima indefesa. Ele se apresenta aos soldados e assume quem ele é. Isso ele faz para que nenhum dos seus discípulos fosse levado com Ele. Jesus está no controle das ações. Os guardas o temem, mas ele se entrega. Pedro fere o soldado Malco, mas Jesus o cura e mostra sua disposição de cumprir todo o plano de Deus.
2- O Julgamento (v.12-14, 19-24, 28-40). Jesus é levado preso. O julgamento é todo ilegal por vários motivos: “1- julgamentos que pudessem resultar em pena de morte não eram permitidos à noite; 2- a prisão de Jesus foi feita como resultado de suborno; 3- Jesus foi solicitado a se autoincriminar; 4- no caso de pena capital, a lei judaica não permitia que a sentença fosse pronunciada até o dia seguinte àquele em que o acusado foi condenado” (Hendriksen, João, ECC, p. 811).
Jesus é levado primeiro a Anás, o sogro de Caifás, sumo sacerdote. Anás era quem na verdade controlava a religião judaica e o Sinédrio (o tribunal religioso dos judeus). “Esses homens ocupavam a posição mais elevada da religião judaica, mas viviam da forma mais execrável. Haviam se corrompido doutrinária e moralmente. A religião para eles era apenas uma fonte de lucro. Transformaram a casa de Deus num covil de ladrões” (Hernandes Dias Lopes, João, p. 455). O julgamento foi apenas uma forma de legitimar a decisão que os dois já haviam tomado há muito tempo. Em suma, “o Sinédrio sentencia Jesus à morte por dois crimes graves: blasfêmia e sedição; rebelião contra Deus e contra César; pecado religioso e político” (Lopes, João, p. 457). Jesus não havia cometido nenhum deles, pois ao afirmar sua divindade, ele estava mostrando a verdade e diante de Pilatos ele mostra que seu Reino não é deste mundo, e ele jamais intentou se assentar no trono de César, nem de nenhum outro rei terreno.
Diante de Anás, Jesus em momento algum demonstra temor ou insegurança. Ele deixa claro que o seu ensinamento era público e era de conhecimento de todos (v.20-21). “Ele não constrói provas contra si mesmo, nem dá munição ao seu inquiridor” (Lopes, p. 456).
Como o Sinédrio não tinha o poder de condenar e matar ninguém, era necessário fazer com que o tribunal romano o fizesse. Por isso Jesus foi levado também a Pilatos (v. 28-40). João demonstra que Pilatos não viu nas acusações dos judeus evidência de crime algum e estava disposto a livrar Jesus, mas forçado pela multidão ele resolve condenar Jesus à morte e libertar um criminoso chamado Barrabás.
3- A Negação de Pedro (v.15-18, 25-27). Paralelo ao julgamento, Pedro nega Jesus por três vezes, como Jesus tinha dito. Diante de pessoas simples e inexpressivas, Pedro demonstra a sua incoerência e sua inconstância. Em um momento ele jura lealdade até o fim e logo depois ele se vê amedrontado diante do perigo da morte.

Perguntas para reflexão: Será que estamos prontos a lutar por Cristo em qualquer situação? De que modo negamos Cristo em nossa vida?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Caráter do Líder Cristão

O CARÁTER DO LÍDER CRISTÃO I-        Introdução A grande maioria dos autores que tratam sobre a liderança afirma que o caráter tem um papel fundamental na vida de qualquer líder. Se o caráter for defeituoso, certamente o líder fracassará em seu trabalho. John Maxwell afirma: “O modo como o líder trata das circunstâncias da vida diz muito sobre o seu caráter. As crises não formam necessariamente o caráter, mas certamente o revelam. A adversidade é uma encruzilhada que obriga a pessoa a escolher um dos dois caminhos: o caráter ou a concessão. Toda vez que a pessoa escolhe o caráter, torna-se mais forte, ainda que a escolha traga consequências negativas” (As 21 Indispensáveis qualidades de um líder, p. 17). David Hocking afirma que “a maneira como vive um líder fala tão alto que nem se pode ouvir o que ele diz. É um piedoso estilo de vida que faz um líder espiritual ser aquilo que ele deve ser, de tal modo que as pessoas possam depender da sua liderança” (As Sete Leis da Lider

Homilética - A Arte da Pregação

1-       Homilética. Definição de Homilética: Homilética é a arte de pregar. Propósito da Homilética: A homilética não tem por fim comunicar dons oratórios ao estudante, mas aperfeiçoar os dons que ele já possui. Necessidade da Homilética: O sermão que mais seguramente poderá contar com a bênção de Deus é aquele que mais trabalho houver custado ao pregador. 2- Requisitos Essenciais do Sermão: 2.1- Ponto: é o assunto do sermão. 2.2- Unidade: consiste na relação das partes com o ponto. A unidade se consegue mediante a subordinação das ideias secundárias a uma ideia geral. 2.3- Ordem: consiste na relação das partes entre si. 2.4- Movimento: é o que comunica ao discurso vivacidade, entusiasmo e beleza. 2.5- Fidelidade Textual: a missão do pregador é pregar a Palavra de Deus e não deve se desviar dela. 2.6- Elemento Didático: o pregador tem sempre a obrigação de ensinar. 2.7- Tom Evangélico (unção): É o que diferencia o sermão de qualquer outro discurso, estabel

Dorcas, um Modelo de Mulher

Em todo o Novo Testamento quase não há referência nominal a mulheres como discípulas de Cristo. Há somente uma única exceção, e esta é Dorcas, que aparece apenas no texto de Atos 9.36-43. A vida de Dorcas era simples, mas houve algumas coisas que a tornaram um exemplo de mulher para todos os tempos. A narrativa de Atos conta que Dorcas morava em Jope, era notável pelas boas obras e esmolas que fazia, e veio a falecer estando Pedro numa cidade vizinha. Os que a conheciam foram em busca de Pedro para que ele viesse até Jope. Ao chegar ali no lugar onde ela estava, Pedro se ajoelha e chama por ela, e ela se levanta da morte. Este fato se torna célebre de modo que a igreja continuou a crescer naquele lugar. Aquela mulher entendeu o lugar das boas obras em sua vida, pois como discípula de Cristo, ela assumiu que as obras de amor deveriam ser o seu estilo de vida (Ef 2.10). Uma vez salva e transformada pelo amor de Deus, ela passou a viver de um modo totalmente novo, evidenciando ser uma