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JOÃO 12

EXALTAÇÃO E REJEIÇÃO DE JESUS
Este capítulo descreve quatro momentos na vida de Jesus:
1- Jesus é ungido em Betânia (v.1-11). Na casa de Simão, o que era leproso (Mt 26.6), se reuniram os amigos de Jesus (especialmente Lázaro) e lhe ofereceram uma ceia. Essa ceia foi dada por amor ao Senhor, especificamente por gratidão pela ressurreição de Lázaro e ainda talvez pela cura de Simão. Marta, como sempre, tinha assumido a responsabilidade de servir. Mas, Maria realiza algo que surpreende a muitos, ela unge o Senhor Jesus, derramando sobre ele um vaso de bálsamo de nardo puro. O bálsamo era muito precioso, pois sua essência era derivada do nardo puro, uma erva aromática que cresce nos campos do Himalaia, entre o Tibete e a Índia. Devido ao fato de que ela tinha de ser trazida de uma região tão remota e transportada no lombo de camelos através de regiões montanhosas, era altamente cotada. Maria deixou sua marca na história da Igreja tanto pelo caráter irrepreensível de sua devoção, quanto pela natureza pródiga do seu sacrifício.
Judas Iscariotes questiona o “desperdício” de dinheiro para aquele gesto de poucos minutos, dizendo que aquele dinheiro gasto para comprar o vaso de bálsamo poderia ser dado aos pobres. Mas, Jesus conhecia o coração de Judas e sabia que isto não era sincero. Jesus exalta o gesto de Maria, que era uma antecipação ao dia de sua morte. “Maria sabia o que estava fazendo. Ela de fato sabia que não demoraria a chegar o dia em que os inimigos de Jesus o matariam. Será que seus amigos teriam a oportunidade de ungir o seu corpo? No entanto, essa honra não poderia deixar de ser cumprida” (William Hendriksen, João, ECC, p. 545). Era aquele momento ou nunca. Jesus não mostra desprezo aos pobres, mas diz, que sempre os teremos perto de nós. Isto quer dizer que temos oportunidade de sempre agir em favor dos menos favorecidos.
2- Jesus faz sua entrada triunfal em Jerusalém (v.12-19). O tempo está chegando. Jesus está no controle da situação. Na entrada triunfal (Mt 21.1-3, 6, 7; Mc 11.1-6; Lc 19.29-34) duas coisas ficam muito claras: 1- Jesus não abriu mão de seu caráter real, mesmo não sendo como os judeus queriam. Ele era o Messias e como tal foi honrado pela multidão que o aclamou, mesmo que por um momento. 2- O tempo é de Deus. Os judeus não queriam matar Jesus durante a Páscoa. Mas ele, ao entrar na cidade no início da semana da Páscoa, despertou o ódio e a inveja dos seus inimigos e de certo modo, provocou a sua própria morte no tempo preparado por Deus (Jo 12.19). O cordeiro pascal deveria ser sacrificado e também ressuscitar durante a Páscoa.
3- Ele é procurado pelos gregos (v.20-36). Diante do pedido dos prosélitos gregos de terem uma audiência com Jesus, Ele reage mostrando a necessidade de sua morte para que haja o fruto espiritual e também a angústia pela qual ele passava, mas sobretudo a prontidão de cumprir sua missão e glorificar o Pai.

4- Ele é rejeitado pelos judeus (v.37-50). Novamente Jesus é rejeitado pelos judeus e se esconde. Essa rejeição: a- Era indesculpável (v. 36-37); b- Tinha sido predita (v. 38); c- Foi o resultado do endurecimento divino, como castigo aos incrédulos (v. 39-43).  Mas Jesus mostra o outro lado, aqueles que têm uma fé genuína e pessoal nEle experimentam a libertação das trevas e a vida eterna (v. 44-50).

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