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JOÃO 6

JESUS, O PÃO DA VIDA
Os eventos registrados no capítulo 6 de João aconteceram com toda probabilidade, no início do terceiro ano do Ministério de Jesus, isto é, há um ano antes da morte dele (Jo 6.4). Este capítulo apresenta Jesus no ápice de sua popularidade e logo em seguida enfrentando o desprezo daqueles que o rodeavam. Próximo ao Mar da Galileia, a multidão rodeou Jesus, e ao perceber que não havia alimento para todos, Jesus realiza a multiplicação de cinco pães e dois peixes, de modo que mais de cinco mil pessoas se fartam e ainda sobram doze cestos cheios. Este milagre despertou na multidão o sentimento de que Jesus era o messias político. Jesus percebeu a intenção do povo de tomá-lo e fazer dele o seu rei, por isso ele deixa a multidão e se retira para o monte. Os doze apóstolos tomam o barco e tentam atravessar até Cafarnaum, o mar, contudo se agita e eles não conseguem. Então Jesus vai até eles sobre o mar e imediatamente eles chegam do outro lado. No dia seguinte, a multidão percebe que Jesus tinha desaparecido, e também atravessa o mar, chegando a Cafarnaum. Ali há intenso debate sobre a intenção do povo e a identidade de Jesus. Jesus confronta a compreensão dos judeus e da multidão, o que gera a murmuração dos judeus, e também o afastamento de muitos que se diziam discípulos. Mas os apóstolos têm a oportunidade de entender e assumir quem realmente era Jesus. Lições apreendidas deste capítulo:
1- O Milagre de Jesus é abundante (1-21). Tanto na multiplicação dos pães, como no andar sobre o mar e parar a tempestade, Jesus mostra que não há limites para o seu poder. Ele é soberano, ele não pode ser detido. Contudo, o seu milagre não vem para atender o desejo humano, mas para cumprir o plano soberano de Deus. O propósito do milagre é que a glória seja dada a ele e não ao homem. O herói na multiplicação é Jesus e não o menino que tinha os pães e peixes.
2- Jesus não permite o desperdício (12-13). Os doze cestos foram juntados porque Jesus sabia que no dia seguinte o povo precisaria novamente comer, daí a necessidade guardar e não jogar fora o que tinha sobrado.
3- Jesus é o Pão da Vida, o pão vivo que desceu do céu. O maná foi apenas um sinal do verdadeiro pão que viria do céu. Mesmo caindo do alto, o maná era algo material e físico. Jesus é aquele que vem para definitivamente matar a fome e a sede do homem, e isto no sentido espiritual e eterno (v. 31-33; 34; 48-51; 53-58). Quando Jesus fala sobre como sua carne e beber do seu sangue, ele estava falando em sentido espiritual e significa: “Aquele que aceita, se apropria e assimila o meu sacrifício vicário, como a única base para a salvação, permanece em mim eu nele. Como a comida e bebida são oferecidos aos famintos e sedentos, assim também o sacrifício de Cristo é oferecido aos crentes e aceito por eles” (William Hendriksen, João, p. 317).

4- A salvação é obra de Deus e aqueles que ele chama vêm a Cristo e creem nele de um modo definitivo (v.29; 37-40; 45-47). Há uma cooperação entre o Pai e o Filho na salvação, e aqueles que são chamados eficazmente por Deus, creem em Cristo e perseveram até o fim em segui-lo. O ser humano responde ao chamado de Deus através da fé em Cristo, mas esta participação humana nunca ocupa o primeiro lugar no plano de salvação, é sempre uma resposta ao agir de Deus em sua vida.

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