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JOÃO 21.1-25

MANIFESTAÇÃO, RESTAURAÇÃO E COMISSÃO
Este capítulo narra momentos marcantes para os discípulos, especialmente Pedro e João. Jesus aparece de novo trazendo restauração para Pedro, bem como orientações sobre seu ministério e sobre seu futuro e o de João.
1- A TREMENDA MANIFESTAÇÃO (v. 1-14). Jesus cumpre sua promessa de se encontrar com os discípulos na Galileia. “Essa manifestação junto ao mar de Tiberíades, lugar onde Pedro e João trabalhavam como pescadores e foram chamados para o ministério, seria, certamente, o ápice das demonstrações inequívocas da ressurreição de Jesus” (Hernandes Dias Lopes, João, Editora Hagnos, p. 504). Pedro, João e mais cinco discípulos estavam ali no mar, e seguindo Pedro, eles resolvem pescar. Muitos podem ser os motivos para aquela pescaria, desde o sentimento de inadequação para a obra de Deus, o fato de não saberem ao certo o plano de Deus e mesmo a dificuldade financeira. Mas, naquela noite, eles não pegaram nada. Pelo menos até receberem a ordem de Cristo. Nota-se que mais uma vez os discípulos não reconheceram a Cristo de imediato, mas obedeceram a sua ordem e experimentaram um grande milagre, trazendo uma grande quantidade de peixes. Pedro, ao entender que era Jesus, se lança à água, para se encontrar o quanto antes com Cristo. Ele precisava de algo mais. Jesus também lhes oferece comida quando eles retornam, e através disso a comunhão, até então afetada, foi totalmente restaurada.
2- RESTAURAÇÃO E ACEITAÇÃO (v. 15-23). Depois que todos se alimentaram, Jesus se dirige a Pedro e lhe faz três perguntas sobre o seu amor. Jesus pergunta se Pedro o ama e Pedro responde afirmativamente, mas a resposta de Pedro não é mais como antes. Antes ele era autoconfiante, mas agora ele reconhece sua incapacidade. Jesus pergunta três vezes se Pedro o ama, e ele responde que sim, mas não com um amor perfeito, o amor sacrificial (ágape). A palavra que Pedro usa para responder a Cristo, demonstra sempre que ele o ama, mas com uma afeição de amigo (phileo). Pedro se entristece porquê do modo que Jesus pergunta, ele vai diminuindo a intensidade de amor. Primeiro ele pergunta se Pedro o ama mais do que os outros, depois pergunta se ele o ama de modo sacrificial e por fim ele pergunta se ele o ama como a um amigo. Assim como Pedro negou três vezes a Cristo, ele precisava reafirmar três vezes o seu amor. Pedro responde com sinceridade e diante disso Jesus ordena que ele apascente os seus cordeiros, pastoreie as suas ovelhas e cuide de suas ovelhas. Jesus restaura não apenas a vida de Pedro, mas também, seu ministério. A única condição para cuidar das ovelhas de Cristo é amar o pastor das ovelhas.
Jesus a seguir, revela a Pedro que sua morte seria como um mártir e que João, o discípulo amado, teria uma morte em paz (v. 18-23). Isso demonstra que Jesus conhece e controla tudo o que está reservado para nós, o que deve nos fazer descansar e viver para a sua glória. A história mostra que Pedro morreu crucificado e a seu pedido, de cabeça para baixo, enquanto João, morreu tranquilamente em ditosa velhice. Ambos, sendo fiéis até a morte.    

CONCLUSÃO. O evangelho é concluído com duas informações importantes. Primeiro, o discípulo amado assume que é o escritor do Livro (v. 24) e depois, ele reafirma a grandeza dos atos de Cristo que transcendem qualquer capacidade de registro (v. 25). Jesus realizou muito mais coisas, as que foram registradas são suficientes para anunciar a sua glória e tornar possível a salvação. “No entanto, esse vislumbre da glória de Cristo é tão esplêndido e fascinante que sentimos prazer em demorar-nos em sua claridade, ansiando ter aquela visão mais nítida, quando o defrontaremos face a face, para sermos semelhantes a ele e para vê-lo como ele é” (Hernandes Dias Lopes, João, Editora Hagnos, p. 515).

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