O Milagre da Cura do
Cego de Nascença
Não sabemos ao certo quanto tempo se passou da discussão com os judeus
e o encontro com o cego de nascença. O fato é que Jesus realizou mais um grande
milagre, e este serviu para ensinar aos discípulos e também gerou mais uma
calorosa polêmica com os judeus. Mas algo maior iria acontecer ao cego.
1- A Cura do cego (v. 1-7). Ao olhar para o cego os
discípulos viram um enigma teológico: qual a causa para este mal? Aquilo
deveria ser um castigo de Deus por causa de algum pecado. A Bíblia mostra três
posições: 1- O pecado de Adão, no qual todos caíram e são por natureza culpados
perante Deus (Rm 5.12-21); 2- Os pecados dos pais (Nm 14.18, Dt 5.9); 3- Os
pecados da própria pessoa. Alguns rabinos chegavam a afirmar que os bebês são
capazes de pecar quando ainda estão no ventre materno. Mas nem sempre podemos
querer dar essa explicação. Jesus fez questão de eliminar de uma vez os pecados
pessoais do homem e de seus pais como causa do seu problema. Se uma causa tiver
de ser mencionada, o pecado de Adão deve ser a resposta.
Os discípulos estavam olhando para trás, querendo saber a causa da
doença, Jesus olhou para frente. Eles lhe perguntaram: Como isso pôde
acontecer? Ele respondeu: Aconteceu com um propósito, isto é, para que as obras
de Deus sejam reveladas nele. Jesus viu um desafio, uma oportunidade de
trabalho. Eles discutiam: Como foi que ele ficou assim? Jesus respondeu: O que
nós podemos fazer por ele? Todas as coisas, até mesmo as aflições e
calamidades, têm o propósito de glorificar a Deus em Cristo por meio da
manifestação de sua grandeza (William Hendriksen, João, ECC, p. 414-416).
Para curar o cego, Jesus lhe dá uma tarefa: ir e se lavar no tanque de
Siloé. Nos faz lembrar de Naamã, que relutou. Mas, o cego prontamente, foi,
lavou o rosto e ficou curado.
2- As reações e a
incredulidade dos judeus (v. 8-34). O texto mostra uma sequência de reações à cura do
cego. Alguns reconheceram que era ele, outros duvidaram. Mas ele assumiu que
era o cego e que fora curado por Jesus. Inicialmente ele não conhecia Jesus e
não sabia onde ele estava. Os fariseus realizaram uma série de interrogatórios
com relação ao milagre, pois eles não podiam admitir que Jesus fizera tal
milagre e muito menos que ele fosse o Messias, o Filho de Deus. Mas sua
tentativa foi frustrada diante da firmeza do cego e do testemunho dos pais que
confirmaram que ele era cego de nascença e que fora curado. A tentativa dos
judeus era condenar Jesus como alguém contrário a Deus e que quebrava a Lei, com
relação ao sábado. Mas, os argumentos deles caíram por terra, diante da ousadia
do homem curado, pois ele, usando a própria Palavra de Deus, mostrou que o
milagre feito a ele, era inédito e que Deus não atenderia alguém pecador (v.
30-32). Ele assumiu que Jesus era profeta e que era de Deus. Mas ainda ele não
conhecia pessoalmente Jesus.
3- O Encontro do homem com o Salvador (v.
35-41). Diante
de sua ousadia e firmeza, o homem foi expulso da sinagoga pelos judeus, mas
isso propiciou o encontro maravilhoso dele com Jesus. Esse encontro serviu para
completar a obra na vida daquele homem. Até então ele estava apenas curado
fisicamente. Mas a partir daquele momento ele pôde ver o Filho do Homem. Jesus
se revelou a ele e ele reagiu da única maneira que um salvo reage, ele creu no
Senhor Jesus e o adorou.
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