Pular para o conteúdo principal

JOÃO 9

O Milagre da Cura do Cego de Nascença
Não sabemos ao certo quanto tempo se passou da discussão com os judeus e o encontro com o cego de nascença. O fato é que Jesus realizou mais um grande milagre, e este serviu para ensinar aos discípulos e também gerou mais uma calorosa polêmica com os judeus. Mas algo maior iria acontecer ao cego.
1- A Cura do cego (v. 1-7). Ao olhar para o cego os discípulos viram um enigma teológico: qual a causa para este mal? Aquilo deveria ser um castigo de Deus por causa de algum pecado. A Bíblia mostra três posições: 1- O pecado de Adão, no qual todos caíram e são por natureza culpados perante Deus (Rm 5.12-21); 2- Os pecados dos pais (Nm 14.18, Dt 5.9); 3- Os pecados da própria pessoa. Alguns rabinos chegavam a afirmar que os bebês são capazes de pecar quando ainda estão no ventre materno. Mas nem sempre podemos querer dar essa explicação. Jesus fez questão de eliminar de uma vez os pecados pessoais do homem e de seus pais como causa do seu problema. Se uma causa tiver de ser mencionada, o pecado de Adão deve ser a resposta.
Os discípulos estavam olhando para trás, querendo saber a causa da doença, Jesus olhou para frente. Eles lhe perguntaram: Como isso pôde acontecer? Ele respondeu: Aconteceu com um propósito, isto é, para que as obras de Deus sejam reveladas nele. Jesus viu um desafio, uma oportunidade de trabalho. Eles discutiam: Como foi que ele ficou assim? Jesus respondeu: O que nós podemos fazer por ele? Todas as coisas, até mesmo as aflições e calamidades, têm o propósito de glorificar a Deus em Cristo por meio da manifestação de sua grandeza (William Hendriksen, João, ECC, p. 414-416).
Para curar o cego, Jesus lhe dá uma tarefa: ir e se lavar no tanque de Siloé. Nos faz lembrar de Naamã, que relutou. Mas, o cego prontamente, foi, lavou o rosto e ficou curado.
2- As reações e a incredulidade dos judeus (v. 8-34). O texto mostra uma sequência de reações à cura do cego. Alguns reconheceram que era ele, outros duvidaram. Mas ele assumiu que era o cego e que fora curado por Jesus. Inicialmente ele não conhecia Jesus e não sabia onde ele estava. Os fariseus realizaram uma série de interrogatórios com relação ao milagre, pois eles não podiam admitir que Jesus fizera tal milagre e muito menos que ele fosse o Messias, o Filho de Deus. Mas sua tentativa foi frustrada diante da firmeza do cego e do testemunho dos pais que confirmaram que ele era cego de nascença e que fora curado. A tentativa dos judeus era condenar Jesus como alguém contrário a Deus e que quebrava a Lei, com relação ao sábado. Mas, os argumentos deles caíram por terra, diante da ousadia do homem curado, pois ele, usando a própria Palavra de Deus, mostrou que o milagre feito a ele, era inédito e que Deus não atenderia alguém pecador (v. 30-32). Ele assumiu que Jesus era profeta e que era de Deus. Mas ainda ele não conhecia pessoalmente Jesus.
3- O Encontro do homem com o Salvador (v. 35-41). Diante de sua ousadia e firmeza, o homem foi expulso da sinagoga pelos judeus, mas isso propiciou o encontro maravilhoso dele com Jesus. Esse encontro serviu para completar a obra na vida daquele homem. Até então ele estava apenas curado fisicamente. Mas a partir daquele momento ele pôde ver o Filho do Homem. Jesus se revelou a ele e ele reagiu da única maneira que um salvo reage, ele creu no Senhor Jesus e o adorou.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Caráter do Líder Cristão

O CARÁTER DO LÍDER CRISTÃO I-        Introdução A grande maioria dos autores que tratam sobre a liderança afirma que o caráter tem um papel fundamental na vida de qualquer líder. Se o caráter for defeituoso, certamente o líder fracassará em seu trabalho. John Maxwell afirma: “O modo como o líder trata das circunstâncias da vida diz muito sobre o seu caráter. As crises não formam necessariamente o caráter, mas certamente o revelam. A adversidade é uma encruzilhada que obriga a pessoa a escolher um dos dois caminhos: o caráter ou a concessão. Toda vez que a pessoa escolhe o caráter, torna-se mais forte, ainda que a escolha traga consequências negativas” (As 21 Indispensáveis qualidades de um líder, p. 17). David Hocking afirma que “a maneira como vive um líder fala tão alto que nem se pode ouvir o que ele diz. É um piedoso estilo de vida que faz um líder espiritual ser aquilo que ele deve ser, de tal modo que as pessoas possam depender da sua liderança” (As Sete Leis da Lider

Homilética - A Arte da Pregação

1-       Homilética. Definição de Homilética: Homilética é a arte de pregar. Propósito da Homilética: A homilética não tem por fim comunicar dons oratórios ao estudante, mas aperfeiçoar os dons que ele já possui. Necessidade da Homilética: O sermão que mais seguramente poderá contar com a bênção de Deus é aquele que mais trabalho houver custado ao pregador. 2- Requisitos Essenciais do Sermão: 2.1- Ponto: é o assunto do sermão. 2.2- Unidade: consiste na relação das partes com o ponto. A unidade se consegue mediante a subordinação das ideias secundárias a uma ideia geral. 2.3- Ordem: consiste na relação das partes entre si. 2.4- Movimento: é o que comunica ao discurso vivacidade, entusiasmo e beleza. 2.5- Fidelidade Textual: a missão do pregador é pregar a Palavra de Deus e não deve se desviar dela. 2.6- Elemento Didático: o pregador tem sempre a obrigação de ensinar. 2.7- Tom Evangélico (unção): É o que diferencia o sermão de qualquer outro discurso, estabel

Dorcas, um Modelo de Mulher

Em todo o Novo Testamento quase não há referência nominal a mulheres como discípulas de Cristo. Há somente uma única exceção, e esta é Dorcas, que aparece apenas no texto de Atos 9.36-43. A vida de Dorcas era simples, mas houve algumas coisas que a tornaram um exemplo de mulher para todos os tempos. A narrativa de Atos conta que Dorcas morava em Jope, era notável pelas boas obras e esmolas que fazia, e veio a falecer estando Pedro numa cidade vizinha. Os que a conheciam foram em busca de Pedro para que ele viesse até Jope. Ao chegar ali no lugar onde ela estava, Pedro se ajoelha e chama por ela, e ela se levanta da morte. Este fato se torna célebre de modo que a igreja continuou a crescer naquele lugar. Aquela mulher entendeu o lugar das boas obras em sua vida, pois como discípula de Cristo, ela assumiu que as obras de amor deveriam ser o seu estilo de vida (Ef 2.10). Uma vez salva e transformada pelo amor de Deus, ela passou a viver de um modo totalmente novo, evidenciando ser uma